Dilma ainda nem começou o segundo mandato, mas se depender da torcida do jornalismo brasileiro, a câmara e o senado cumprirão sua "honrosa" função de impedir que o país seja governado. Um cenário apocalíptico está sendo desenhado (ou encomendado?) pela mídia desde já, mas até agora ninguém ainda tratou do provável cataclismo que está em curso: Serra e Aécio, senadores, juntos? Isso não vai acabar bem...
É piada corrente mesmo nos ambientes domésticos da imprensa tucana, que o "psdb" é um "partido de aliados, 100% feito por inimigos", analogia que não poderia estar mais próxima para definir a relação entre Aécio e Serra.
Nos últimos anos, não foi exatamente discreta a batalha que travaram um contra o outro pelo controle do partido e pela indicação à candidatura de presidente da república.
Não sabemos quem avançou primeiro com as tropas, mas ambos usaram dos mais variados recursos estratégicos para impedir que o outro triunfasse.
Jornalistas investigativos nos contam algumas táticas usadas por Serra , que vão desde notícias plantadas na imprensa paulista, a espionagem e composição de dossiês realizadas por agentes aposentados do SNI (Serviço Nacional de Informação, órgão dos governos ditatoriais brasileiros): o bicho, é maquinador!
Já Aécio, teria retaliado - ou tentado - na mesma moeda, e não é segredo para ninguém que durante o último pleito em que Serra disputou contra Dilma, Aécio teria feito corpo mole em Minas Gerais, além de ter mobilizado sua infantaria para impedir a entrada de Serra na diretoria do partido, e o que sabemos é que mesmo com o "apoio" de Alckmin (será que apoiou mesmo?) nem no Instituto Teotônio Vilela o ex-Ministro da Saúde de FHC quis (ou conseguiu?) ficar.
Bom lembrar que já naquela eleição em 2010, Dilma teve mais votos que o candidato do "psdb" no estado mineiro, tendência que ao que parece não conseguiu ser habilmente desmobilizada na campanha deste ano, e há até mesmo analistas políticos simpáticos aos tucanos que afirmam que Minas é quem deu vitória à candidata petista em 2014.
Até aqui, Aécio saiu ganhando.
Pois bem... estas duas raposas estarão juntas no senado durante os próximos quatro anos com o seguinte cenário no horizonte:
- Mudança de diretoria do "psdb";
- Escolha para líder do "psdb" no senado;
- Escolha para líder da bancada de "oposição" no senado;
- Disputa interna no "psdb" para indicação do próximo candidato à presidência tendo passado por uma eleição, em que o partido teve sua melhor performance eleitoral depois de FHC.
E a cereja do bolo: Aloysio Nunes, também senador udenista pelo "psdb" paulistano, que aliás foi candidato à vice na chapa de Aécio, é amigo íntimo e fiel a José Serra.
Dessa vez, me parece que "o maquinador" favorito da revista veja está com alguma vantagem, e ele nunca escondeu de ninguém sua verdadeira obsessão: Eu me preparei a vida inteira para ser presidente.
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