![]() |
Camarotes: A Festa Dentro da Festa, dos Que Podem Pagar |
O carnaval desse ano em salvador tem revelado algumas coisas interessantes e resgatado antigos modelos discursivos.de
um lado, ficou a clara a correlação de forças interessadas na
manutenção do produto cultural "baianidade", além do que isso implica de
exploração, e o esforço de algumas classes para assegurar a sua posição
de poder e as estruturas tal qual lhes é conveniente.
Já pensou em nos seguir? Que tal agora? @SalvadorPráJá!
Por outro lado, os grupos responsáveis pelo carnaval perceberam que não poderiam continuar abafando as críticas ao modelo da festa e passaram operar um desvio nesse discurso: reconhecem a existência da desigualdade, da corda e da exploração do trabalho, mas procuram justificar pela naturalização, essa seria a situação "natural" e, inclusive, benéfica para o "povo" que pode catar sua lata, segurar a corda e ganhar uns reais e principalmente curtir o que não pagou. consideremos que esse "povo", com cada vez menos espaço para si na folia, é composto de baianos e não de turistas.
Por outro lado, os grupos responsáveis pelo carnaval perceberam que não poderiam continuar abafando as críticas ao modelo da festa e passaram operar um desvio nesse discurso: reconhecem a existência da desigualdade, da corda e da exploração do trabalho, mas procuram justificar pela naturalização, essa seria a situação "natural" e, inclusive, benéfica para o "povo" que pode catar sua lata, segurar a corda e ganhar uns reais e principalmente curtir o que não pagou. consideremos que esse "povo", com cada vez menos espaço para si na folia, é composto de baianos e não de turistas.
Isso tem levado
artistas de salvador a sair um dia sem cordas, sem bloco (alguns,
inclusive, pagos por dinheiro público), o que a imprensa tem tomado como
um ato de generosidade e prova do grau de "popularidade" desse artista.
![]() |
Camarote no Carnaval de Salvador, ou... Por Cima da Carne Seca |
O
que eu vejo é um amplo movimento de neutralização de algo que toma
proporções que os donos da festa não conseguem mais ignorar: diante da
necessidade de repensar o modelo do carnaval soteropolitano, escolhem um
caminho patriarcal, o mesmo que se enunciava enquanto vigorava o
escravismo no brasil, invisibilizando a pressão e as resistências ao
sistema, fazendo a concessão da hegemonia parecer um ato de pura e
simples bondade do senhor.
Se aumenta o discurso por mudança, os
artistas saem um dia sem corda, mas não acabam com a existência dela,
pelo contrário, a reforçam!!! a cereja do bolo é posta pela imprensa e
pelos grandes
empresários do carnaval, que justificam a estranha convivência de
opostos e transformam isso numa dádiva do artista.
É...eu acho que já vi isso acontecer algumas vezes nos últimos 500 anos ao sul do equador...
(Esse texto, é uma uma colaboração do amigo Jorge Luz)
Sobre o Carnaval, já falamos antes também sobre os Cordeiros, que você pode conferir aqui
Se você curtiu esse post, que tal compartilhar com seus amigos aí ao lado?
Sobre o Carnaval, já falamos antes também sobre os Cordeiros, que você pode conferir aqui
Se você curtiu esse post, que tal compartilhar com seus amigos aí ao lado?
valeu parcero!! é importante que algumas coisas sejam ditas, eu vim engrossar o caldo do que tu já tá fazendo..não quero o fim do carnaval, só não quero que antigos esquemas de dominação se repitam ad perpetum!!
ResponderExcluira pressão tá crescendo, acompanhei algums momentos da transmissão do carnaval pelas emissoras de tv e vi na TVE convidados fazendo questionamentos interessantes e os reporteres propondo enquetes ao público sobre a organização da festa..ñ tem mais como fazer de conta que é o mais popular do mundo!!!
tamo aí!!!