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Souvenir: A Infância num Quintal |
Quando a apresentação começou, nos primeiros cinco ou dez minutos, me pus a elaborar algumas hipóteses estéticas para "Souvenir", uma das performances do Dimenti no FIAC, para descobrir outros minutos depois que eu tinha pegado o caminho errado da percepção.
Do Goethe Institut numa Kombi, para um "lugar em Salvador" num final de tarde agradável. O lugar era o quintal de uma casa, e nele fomos recebidos com um copo de munguzá, assim começava tudo.
Disse antes, que tinha começado a teorizar até perceber que tinha pegado o caminho lógico errado, na verdade, não era para ter lógica, Souvenir era um esforço para reconstituir fragmentos da infância, e foi ao perceber, que deixei de pensar e fui curtindo as ludicidades propostas pelo grupo em cena, de brincar de luta à interpretar canções de Pocahontas e O Rei Leão - acho que tinha Mulan também (Clássicos Disney) e o lanche da tarde com "aquela" melancia para saciar.
Era simples, inventivo e divertido, como deve ser uma tarde brincando no quintal do coleguinha.
Me lembrei por fim de Pablo Picasso que uma dia afirmou: "Levei quatro anos para pintar como Raphael, mas a vida toda para pintar como uma criança". Talvez resida na volta a infância, o despertar para atitudes inovadoras.
Me lembrei por fim de Pablo Picasso que uma dia afirmou: "Levei quatro anos para pintar como Raphael, mas a vida toda para pintar como uma criança". Talvez resida na volta a infância, o despertar para atitudes inovadoras.
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Edital: A Agrura de Ter que Saber o que se Quer |
"Sou artista, e agora posso viver de arte, mas o que é que eu faço?" Este é em resumo o problema que passou o performer Paulo Osório Monteiro e que foi transposto para o palco.
Monteiro se debruçou sobre a questão montando um pequeno monólogo informal despido de dramaticidade, do mesmo modo como ele se sentiu nu por ter que encarar como artista a questão de ter dinheiro para produzir e não saber que rumo tomar.
Assim, ele nos mostra o resultado de seus esforços em tentar encontrar através de um edital, uma idéia original que o motivasse, o resultado em tom confessional é engraçado e deveras curioso, quando nos permite compartilhar do vazio incômodo que atormenta qualquer artista antes da centelha criativa do argumento primordial.
Nós estávamos na mesma Kombi? Começo a me perguntar: quem é vc?
ResponderExcluirquem escreveu? bonito bonito. já descobriu, celsinho?
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