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Cena do Monólogo Multimídia Grand Théâtre Pão e Circo |
Sendo horário de verão, saí em pleno sol para assistir no domingo a Grand Théâtre Pão e Circo, mas 50 passos depois eu estava encharcado da chuva, e foi assim que cheguei na Sala do Coro do TCA. Antes de entrar, um sermão por estar de bermuda em mim, e mais dois meliantes: olhe... esta é exceção da exceção - dizia uma senhora até muito cordial. Mal sabe ela, que ir de bermuda para o TCA e alegar inúmeras desculpas, é minha contribuição de não obediência pacífica à esta norma que considero démodé.
Voltemos a Grand Théâtre Pão e Circo, que quero de saída dizer que gostei. É sim um bom espetáculo, curiosamente, também multimídia como Bença (será uma tendência no Teatro Soteropolitano?), que qualquer forma, não vem em prejuízo da peça, mas muito pelo contrário, é de um acabamento técnico e estético como pouco pude presenciar por aqui. Existe uma precisão e uma assertividade muito grande, entre as imagens projetadas e a atriz, eu diria até, impecável.
Num misto de técnicas clownescas e do Teatro Essencial, Carolina Kahro (que também fez o texto e se autodirigiu), mixa seu monólogo com imagens do cotidiano da TV, tratando com despachada ironia a inserção e relação da sociedade contemporânea com as mídias eletrônicas.
Contudo, há algum excesso em Grand Théâtre Pão e Circo, às vezes até, excesso de falta. Não que esteja descontextualizado, já que a própria técnica teatral aplicada e a temática abordada beiram ou se fazem a partir do excesso, mas talvez cause algum incômodo, como um grande prólogo e um final abrupto. Não poderia dizer que isso desqualifica o espetáculo, mas causa estranheza, ou de repente, eu que esteja muito apegado as velhas formas.
Vale a pena conferir! ;)
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