segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bença: Um Mashup da Memória Negra

Uma Mixagem de Imagens e Atrizes/Atores

Bença foi um dos espetáculos soteropolitanos que abriram a programação do FIAC. Dirigido por Márcio Meirelles, ele foi concebido para sagrar os 20 anos de existência do Bando de Teatro Olodum, que desta vez trás o "Tempo" e as memórias Negras, como universo estético explorado.

Numa configuração espacial que lembrava o Teatro Oficina, o Bando propôs um espetáculo de contrastes que transitava entre a ancestralidade do conhecimento afrocandombláico e a vanguarda da reprodutibilidade técnica de telões, imagens, câmeras, sons, músicas, vozes e danças em simbiose multimídia, uma mixagem de muito bom gosto entre a parafernália eletrônica e a locução dos/as atores/atrizes.

Cena de Bença
Alguns dirão se tratar de uma peça teatral contemporânea, eu não afirmaria isso. Os mashups de informações, sensações e narrações produzidos em Bença, me sugerem mais um mixtape audiovisual em 3D, algo entre o Lounge e o Triphop Tribal.

Citei acima o Teatro Oficina propositadamente, como referencial dessa herança estética sacro-profana antropofágica a qual o Bando parece pertencer. Entretanto, depois de assitir Bença eu começo a fazer um associação mais próxima à tese de Arnaldo Antunes e definir o Bando, como um bando de Iorubárbaros, e neste espetáculo propriamente, Márcio Meirelles é o DJ.
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