A próxima tacada da Rede Record para conseguir se impor, precisa ser criar seu próprio Instituto de Pesquisa - nos moldes do IBOPE. Ou faz isso, ou vai continuar sendo a segunda(?) o resto da vida, mesmo em casos como agora, em que tem a exclusividade dos Jogos Olímpicos.
A briga por audiência deve ficar cada vez mais acirrada daqui para frente, com a Rede Record partindo para cima da fatia de público historicamente fiel à Rede Globo, é o público do Galvão Bueno, o público que se estabeleceu durante os últimos 45 anos com todos os privilégios concedidos à emissora carioca, como a quase vitalícia função de transmitir os jogos de futebol dos campeonatos brasileiros mais importantes, e inclusive, a Copa do Mundo.
Em grande parte, este poder quase ilimitado de negociação, está na possibilidade de ela aferir os dados da audiência nacional, através do seu próprio instituto de pesquisa - o IBOPE - que para o bem, "e" para o mal, se transformou em paradigma brasileiro da informação imparcial.
Tendo em sua mão, informação privilegiada, a Rede Globo consegue capitalizar (ou cooptar), a maior parte dos recursos de propaganda, convencendo os patrocinadores que sempre detêm a dianteira - o que muito interessa às Federações e Comitês desportivos.
Uma Nova Guerra se Aproxima
Segundo o F5 - site de entretenimento da Folha - Record e Globo já ensaiam as próximas estratégias de uma nova guerra pela exclusividade dos Jogos Olímpicos de 2020, que nem cidade sede definida tem.
Como a Record comprou Londres seis anos antes da competição acontecer, a disputa por 2020 já começou. O lance inicial pelo evento nas rodas do Comitê Olímpico Internacional (COI) gira em torno de US$ 250 milhões. (Leia aqui a íntegra da matéria)
Record Questiona Dados do IBOPE
Também segundo o F5, um do momentos de disputa mais acirrada entre as duas emissoras, se deu durante a partida de vôlei feminino entre Brasil e Rússia. No final, entre 11h50 e 14h24, a Record marcou 7 pontos, contra 8 da Globo e 5 do SBT.
Celso Teixeira - Diretor Nacional de Comunicação da Record - chegou a fazer um comentário bastante pertinente: "Curioso mesmo esse resultado. Todo mundo falando do jogo (Brasil x Rússia) e não vejo ninguém falar sobre filhos que repetem na escola" - alfinetou, ao mencionar o tema principal do programa "Encontro com Fátima Bernardes"
Só imagino que ele está certo. Como se sabe, difícil haver um domicílio hoje com família, que não tenha mais de uma TV. Certamente o aparelho com dispositivo do IBOPE estaria viciadamente ligado na Globo, mas é muito provável que na mesma casa, outro aparelho deveria estar ligado na Record. Como é do nosso amplo conhecimento, o IBOPE não costuma tornar clara sua metodologia de pesquisa.
Hora de Dar a Volta Por Cima
A Rede Record tem deixado claro nos últimos anos, que não está disposta a ser a terceira emissora em audiência do país - papel ao qual o SBT parece não se importar muito em desempenhar - e se não conseguir se tornar a primeira, parece motivada em transformar a liderança da Globo em algo suado, através de batalhas diárias.
Entretanto, fica claro que enquanto o IBOPE for o único instituto de pesquisa de audiência, a Record terá dificuldades de convencer os patrocinadores - e a seu turno os organismos de esportes - mesmo das vitórias mais óbvias, afinal, quem detém a informação privilegiada, detém o poder.
Assim, faz-se urgente que a emissora crie seu próprio instituto de pesquisa, para de forma oficial, aferir e divulgar seus próprios dados de programação com credibilidade e transparência.
Um instituto próprio de pesquisa, não é apenas uma peça importante para redefinir as relações de mercado entre as duas emissoras, mas também, para estabelecer novos paradigmas de medição de opinião dos mais variados temas - com destaque para as pesquisas de disputas eleitorais - e a partir de então, também começar a influenciar alguns resultados nos macro assuntos do país. Dessa forma, mais que popularidade, a Record ganhará relevância, é exatamente pelo êxito neste quesito, que a Globo continua a definir rumos no Brasil.
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