quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Salvador: 460 anos de Chuvas e Pouca Atitude

Deslizamento de Encosta em Salvador
Atualização: fiz essa postagem em 2011. Hoje, 27 de abril de 2015, as notícias e os problemas foram os mesmos pela cidade, e me pergunto: o que mudou?

Tenho acompanhado as últimas notícias sobre o efeito das incessantes chuvas em Salvador, além do já habitual caos no trânsito, já houveram acidentes, e desabamentos seguidos de morte. Claro, é sempre motivo de muita consternação quando ocorrem gravidades como estas, sobretudo quando vida de pessoas estão em risco, mas me pergunto: qual a novidade na narração destes fatos em Salvador?

Tentarei fazer uma síntese mais ou menos organizada das coisas que estão me assaltando o juízo neste momento, em alguns momentos poderei parecer cruel ou insensível, mas de antemão que me desculpem mas  escrevo à bem de pautar algumas questões que costumam ficar nubladas pela chuva de comoção causadas pelas notícias hora veiculadas pela imprensa:


  • Salvador é uma cidade muito antiga, mas por algum motivo, o tempo não foi muito pedagógico no planejamento urbano. Embora eu não seja um, qualquer especialista em metereologia lhe dirá que excetuando-se alguns ciclos eventuais, chove-se na terra soteropolitana hoje, a mesma quantidade que  há 462 anos quando Tomé de Souza desembarcou aqui. De lá para cá, entretanto, mesmo com sucessivos desastres ano após ano, poucas ações preventivas aconteceram e acontecem, estamos sempre remediando as tragédias;
  • Existe um tom de "Catástrofe Inevitável" nos discursos dos gestores públicos de Salvador. Gostaria de convidar a todos para uma pesquisa mais detida sobre o assunto. Tóquio é uma cidade constantemente açoitada por tufões, mas os japoneses conseguiram aprender com o tempo, e construíram uma infraestrutura que reduziu drasticamente os acidentes urbanos, como podemos ver nas imagens abaixo:
  • Outra questão que até agora eu não li ou ouvi falar em nenhum momento, diz respeito a estes problemas serem resultado do impacto ambiental provocado pela ação humana, o que é mais que claro, e como diz minha mãe, "a água da chuva sempre corre para o mar", e tem sido assim nos últimos milhões de anos, o que nos faz pensar que em Salvador será diferente? Não é a chuva o problema, somos nós. 
Penso que assumir estas premissas refletidas aqui neste post, seja um grande passo para que a cidade se eduque e aprenda a conviver com a chuva num futuro próximo. Não me consta que vá parar de chover em Salvador pelos próximos milhares de anos, mas seguramente sediaremos a Copa de 2014 num período de chuvas, então que notícias vamos querer ver na oportunidade? A dos fantásticos jogos na Fonte Nova, ou das tragédias pluviais prenunciadas?
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