A Johnnie Walker sempre foi reconhecida por suas campanhas publicitárias arrojadas e de bom gosto. No último domingo, dia 09/10, a empresa estreou nacionalmente no Brasil, uma campanha com o títudo "O Gigante Não Está Mais Adormecido", conferindo ao país o status que sempre lhe foi cobrado, já que nosso próprio hino nacional sempre nos disse que estávamos adormecidos em berço esplêndido.
Nada estranho para uma empresa multinacional que quer personalizar um pouco a imagem do seu produto para determinado mercado, o que é novo neste caso, é que o o produto é o Whisky Johnnie Walker, portanto, produto com imagem de valor associada à classe média. Este mesmo whisky já fez outras campanhas com personagens brasileiros, entretanto, dessa vez ele resolve adotar um tom de "produto nacional", como a cerveja, algo como: viemos para ficar, somos de vocês também.
Tenho cá minhas suspeitas, que este lance agressivo do Johnnie Walker, tem em muito a ver com a ascensão e adensamento da classe média brasileira nos últimos anos. Em termos simplificados eu diria que o Brasil está se tornando uma "tendência".
Abaixo, vídeo do comercial (reproduzo ainda abaixo do vídeo, texto escrito no Canal da Johnnie Walker no Youtube sobre a campanha. É grande, mas vale a pena ler):
No início dos tempos, na parte sul das Américas, habitava um gigante. Um dos poucos que andavam sobre a Terra.
Gigante
pela própria natureza, e sendo natureza ele próprio, era feito de
rochas, terra e matas, que moldavam sua figura. Pássaros e bichos
pousavam e viviam em seu corpo e rios corriam em suas veias. Era como um
imenso pedaço de paisagem que andava e tinha vontade própria.
Caminhava
com passadas vastas como vales e tinha a estatura de montanhas
sobrepostas. Ao norte, em seu caminho, encontrava sol quente e brilhante
nas quatro estações do ano. Ao sul, planaltos infindáveis. A oeste,
planícies e terras cheias de diversidade. E a leste, quilômetros e
quilômetros de praias onde o mar tocava a terra gentilmente, desde
sempre. Havia também uma floresta como nenhuma outra no planeta. Tão
grande, verde e viva que funcionava como o pulmão de todo o continente à
sua volta.
Mesmo diante de tudo isso, um dia, enquanto caminhava, o gigante se inquietou. Parou
então à beira-mar e ali, entre as águas quentes do Atlântico e uma
porção de terra que subia em morros, deitou-se. E, deitado nesse berço
esplêndido, olhou para o céu azul acima se perguntando: "O que me faz
gigante?".
Em seguida, imaginando respostas, caiu em sono profundo.
Por
eras, que para os gigantes são horas, ele dormiu. Seu corpo gigantesco
estirado, o joelho dobrado formando um grande monte, uma rocha imensa
denunciando seu torso titânico e a cabeça indizível, coberta de árvores e
limo.
Dormiu até se tornar lenda no mundo. Uma lenda que dizia que o
futuro pertencia ao gigante, mas que ele nunca acordaria e que o futuro
seria para ele sempre isso: futuro. No entanto, com o passar do tempo ficou claro que nem mesmo as lendas devem dizer "nunca".
Depois de muito sonhar com a pergunta sobre si, o gigante finalmente despertou com a resposta.Acordou, ergueu-se sobre a terra da qual era parte e ficou de frente para o horizonte. Tirou então um dos pés do chão e, adentrando o mar, deu um primeiro passo. Um passo decidido em direção ao mundo lá fora para encontrar seu destino.Agora sabendo que o que o faz um gigante não é seu tamanho, mas o tamanho dos passos que dá.
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