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Vista do Rio Vermelho, que para a Copa de 2014 passará a se chamar Red River |
Tudo, tudo em Salvador, faz a gente querer ir para o Rio Vermelho, mas a questão não é chegar e sim, sair de lá. Abaixo, um pequeno relato de cidadãos perdidos numa Noite na Cidade do Sol com direito a Herói Taxista e Final Feliz.
"Tou saindo de Brotas, tou chegando. É rapidinho daqui praí!" - Disse João.
"Já saí da Graça, chego já." - Disse José.
" Pow velho, já peguei o busú aqui na Bonocô, nem demoro para chegar" - Disse Manoel.
Esse foi o contato por celular travado entre eu e os outros integrantes da banda (eu tenho uma banda).
O Rio Vermelho, é este espaço de coisas a fazer na noite de Salvador. É mais diverso, é democrático, é mais fácil de chegar, é onde se encontram a maior concentração de bares e festinhas... enfim... é quase o único lugar para se frequentar numa terça-feira à noite. É também um lugar onde se pode meter uma banda independente/alternativa para tocar.
Bar Cachorrão - A Salvação de quem vai ao Rio Vermelho e tem que esperar madrugada a dentro um ônibus para retornar (o cachorro da foto não é uma montagem) |
- Ficar pulando de bar em bar, até sobrar apenas o "Cachorrão" (Bendito Cachorrão 24hs);
- Esperar o pernoitão num horário que varia entre 01:00 e 03:57 para ir até a Estação da Lapa e ficar sitiado lá, porque claro, ninguém é doido de subir a Lapa a esta hora;
- Batendo a impaciência, jogar 12 reais na mão de um taxista e implorar para que ele te tire de lá (mas essa não era a nossa opção);
Cumprimos a primeira etapa, comendo o bem aventurado hot-dog e alugamos a mesa com uma cerveja.
Dou-lhe Uma, dou-lhe duas, dou-lhe Três Horas da Manhã, nos prostramos perto dos táxis para esperar algum ônibus que nos levasse até a Praça da Piedade (Campo Grande às 03:00 não é o que chamamos de perto da Piedade);
Depois de longos minutos de espera, quando os ânimos começaram a ceder e as pernas a cambalear, encosta um taxista:
- Vocês moram onde? (perguntou)
- No centro...
- Eu tenho que ir pra Barra, posso levar vocês no Centro, faço um precinho bom.
- Ah.. véio... desculpa, a gente realmente não tem grana, só o suficiente para o ônibus, Juarez (meu amigo) inclusive só tem cartão de ônibus;
- Humm... se fosse cartão de crédito vocês poderiam colocar o combustível e ficava tudo certo.
- É, pensamos nisso mas infelizmente...
- Tá bom então, bora lá! Eu deixo vocês em casa e depois vocês me pagam quando puder. (Vibramos de alegria) Peguem meu telefone, e me liguem.
- (Já em casa, quando saltamos, o taxista reforça) Não tenham pressa, me paguem quando vocês puderem... - Agradecemos de coração, a ele e a Cosme e Damião, afinal, era madrugada do dia 27/09 para 28/09.
Essa é mais uma história comum dessa cidade que vai receber a Copa do Mundo. Temos dito aqui no blog como palavra de ordem "#Salvador Dois Mil Já!". As soluções de transporte público precisam começar a impactar a vida dos cidadãos logo, e não esperar para última hora para preparar a cidade para "turista vê". Nem sempre se encontra um Herói Taxista.
Sugestões para Empreendedores
Nos cansativos minutos que passamos esperando, formulamos idéias para quem quer investir no Rio Vermelho que seguem gratuitamente:
- Albergue para pernoite de baixo custo - Necessário apenas um grande cômodo livre e vários beliches, ou apenas colchões mesmo; preços entre 5 e 8 reais;
- Serviço de transporte em vans tipo lotação - Frequência horária; preços variando entre 4 e 5 reais (que seria o dobro do praticado pelos ônibus, mas ainda bem pagável).
P.S. O nome do nosso Herói Taxista é Julival, e o número de telefone dele, para quem quiser ter por perto um profissional de confiança é 9904-9301 ;)
Bom, eu sou um "baiano" filho de pernambucano, e não conheço a nossa capital! Aqui, em Paulo Afonso-BA (Flávio é meu conterrâneo e sabe! rsrs), é mais próximo a Aracaju, Recife e Maceió, do que a Salvador (ó paí...).
ResponderExcluirLogo então, mesmo sem "conhecer" (nunca ter ido lá pessoalmente), sei (por relatos), que é uma cidade meio "diferente". Mas isso dos transportes públicos não existirem após a meia-noite é um fato comum. Lembro-me uma vez que estive em maceió, próximo a um shopping center, eu, garoto de interior, estava "cismado", havia saído tarde do estabelecimento e já eram umas 12 horas... Eu, como bom matuto, estava com a carteira cheia de dinheiro, e o receio de ser assaltado era enorme, estava em uma das cidades mais violentas do Brasil, além do mais, não havia aonde ir! Estávamos eu e um amigo "sitiados" em um ponto de ônibus com pessoas estranhas em uma rua deserta e com previsão de ônibus, apenas, para a manhã do mesmo dia... Peguei o primeiro táxi que apareceu e não saiu barato!
Não tem outra, ou se anda de carro próprio ou táxi, ou volta pra casa cedo! rs